sexta-feira, 11 de agosto de 2017

BAINHA 7.9 - Por Nossa Senhora, Ave Menestrel!

Por Altair Santos (tatá)


Salve a sua majestade o samba nosso de todo o sempre e vivas a Waldemir Pinheiro da Silva, um dos seus bambas, porta-voz e defensor inarredável. Vivinho “da Silva” até no sobrenome e ancorado na artística tratativa de Bainha, este admirado, querido e indefectível senhor, entre nós desfila tão honroso e amado em cidadão Waldemir quão serelepe e festivo em consanguíneo folião da pátria de Zé Pereira. É o menestrel do samba, alado como a águia da sua Portela, um nativo pintado de jenipapo e urucum, partideiro de moral sobre os trilhos da adormecida Madeira Mamoré, professor e homem plural do samba e da cultura popular, livre e de peito aberto, ao vento, quase sempre sem camisa, leve e solto em solo karipuna.
Parabéns para o homem que comeu cera, segundo vaticina a amiga Luciana Oliveira quando diz da intangível juventude do Bainha. Cá pra nós o moço parece ter consigo, impregnado na cútis, o DNA da tabatinga terapêutica e miraculosa das barrancas, ele parece emergiu todo besuntado do pré-sal de um raro colágeno in natura.
Então que rufem os tambores de Santa Bárbara em pontos de bons auspícios a esse fervoroso jovem de 7.9. Que se espiche sempre possível à mão de tão obediente devoto, ainda que em suficientes fiapos, o concorrido e sagrado sisal do Círio da Virgem de Nazaré de Belém do Pará, diante de quem o Bainha se curva em reza forte e depois extravasa fogueteiro, feito um menino, a estourar rojões nas ruas da zona sul de Porto Velho.
Hoje o memorial da nossa tradição cultural amazônica e brasileira ecoa hinários boêmios, sambistas e religiosos, sagrados mantras de deferência ao enluarado filho da tacacazeira Marieta, parido ao testemunho da natureza farta e provedora do Forte Príncipe da Beira que, cedo, a mira do seu vento soprou o Bainha, ave e avião, para pousar já rimando e ritmado aqui, na cidade-porto, a sua sempre passarela. 
Eia Bainha, que hoje tremulem festeiros e irmanados os estandartes do Asfaltão, Diplomatas do Samba, Pobres do Caiari, Unidos da Castanheira, Mocidade do Km 1, Armário Grande, do Império do Samba, São João Batista, Rádio Farol, Acadêmicos da Zona Leste, Boto Verde Rosa, Triângulo Não Morreu e Unidos do Mato Grosso, enfim, das escolas todas deste solo onde o Bainha sagradamente foi, e é, ilustre visitante, paramentado pela ciência e indumentária de mestre compositor, ritmista, cantor e passista.
Nesse 12 de agosto, com cara de fevereiro, “a gosto de Deus,” e assim seja, que o Galo da Meia Noite, a Banda do Vai Quem Quer, o Até que a Noite Vire Dia, o Pirarucu do Madeira, o Calixto & Cia, o Mistura Fina e os demais cordões de Porto Velho, alegrem-se ao redor do Bainha esse aquinhoado e, graças a Deus, irrequieto letrista que, “mesmo quando não está compondo, está sempre fazendo outra música,” um samba de preferência.
Unem-se familiares, amigos e admiradores do Bainha, em torno do samba e em homenagem, traduzindo o que sempre carinhosamente pensamos e, sobre ele, grafamos:
Bainha, uma pessoa do samba, o samba em pessoa!


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